Presidente faz balanço da Cúpula do G7 e de fórum da OIT
Na Europa, Lula se reuniu com diversas lideranças internacionais, participou do Fórum Inaugural da Coalizão para Justiça Social e discursou no encontro do G7
Neste sábado, 15 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou, em coletiva de imprensa, um balanço de seus compromissos internacionais em Genebra, na Suíça, e em Borgo Egnazia, na Itália, nesta semana. Na visita à Europa, Lula se reuniu com lideranças mundiais e de organizações internacionais, participou do Fórum Inaugural da Coalizão para Justiça Social da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e integrou as discussões da Cúpula do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).
Não é possível que você tenha meia dúzia de pessoas que têm mais dinheiro que o PIB da Inglaterra, que o PIB da Espanha, que o PIB de Portugal e que o PIB da Alemanha juntos. Não é possível. Não é possível que tão poucos tenham tanto dinheiro e muitos tenham tão pouco. É preciso dar um certo equilíbrio se a gente quiser acabar com a fome, se a gente quiser fazer justiça social nesse país”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“Convidei todos para entrarem na briga contra a desigualdade, contra a fome e a pobreza. Não é possível que você tenha meia dúzia de pessoas que têm mais dinheiro que o PIB da Inglaterra, que o PIB da Espanha, que o PIB de Portugal e que o PIB da Alemanha juntos. Não é possível. Não é possível que tão poucos tenham tanto dinheiro e muitos tenham tão pouco. É preciso dar um certo equilíbrio se a gente quiser acabar com a fome, se a gente quiser fazer justiça social nesse país”, destacou o presidente Lula sobre os encontros que teve durante a viagem.
» Confira a transcrição da íntegra a entrevista coletiva
Lula ressaltou que convidou os líderes com quem se reuniu durante a viagem para participar ativamente do G20, grupo de países que o Brasil preside atualmente, cuja Cúpula será realizada nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Antes disso, em julho, o governo brasileiro pretende lançar um programa de combate à fome e à pobreza no âmbito do G20. O presidente apontou que percebeu o entusiasmo dos dirigentes em participar do evento e pediu para que empresários também os acompanhem, com o objetivo de ampliar o comércio exterior.
“Tenho convidado os presidentes dizendo para eles: olha, eu gostaria que você fosse ao Brasil e que você levasse muitos empresários para a gente juntar com empresários brasileiros e fazer negociações, porque é preciso aumentar a rentabilidade de cada país, o comércio exterior, o fluxo da balança comercial. E quem trata disso é empresário, não é governo. O governo só abre a porta”, disse Lula.
Nós queremos mostrar que o que está acontecendo na Ucrânia e em Gaza é muito pela fragilidade das Nações Unidas. Se a ONU tivesse uma representatividade forte, assim como o Conselho de Segurança, e assumisse uma neutralidade, estaríamos ouvindo as demandas de cada um dos países…
— Lula (@LulaOficial) June 15, 2024
ECONOMIA — O presidente expressou, ainda, otimismo com a política internacional brasileira e com o futuro da economia. “Quero levar a economia brasileira a ser a sexta economia do mundo até o fim do meu mandato. Nós chegamos a ser a sexta em 2011, voltamos para 12ª e agora já somos a oitava”, declarou.
G7 — Na sexta (14), o presidente Lula discursou na sessão de trabalho do G7 sobre inteligência artificial, energia, África e Mediterrâneo. Em sua oitava participação em cúpulas do grupo, Lula propôs a criação de uma governança global de inteligência artificial, defendeu a tributação de super-ricos e destacou a importância de conduzir uma revolução digital inclusiva e enfrentar a mudança do clima com foco na dignidade humana. No mesmo dia, teve reuniões bilaterais com o presidente francês, Emmanuel Macron; com a representante da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen; com o premiê da Índia, Narendra Modi; com o presidente da Turquia, Recep Erdoğan; e com o Papa Francisco.
OIT — No lançamento da Coalizão Global para a Justiça Social, no âmbito da 112ª Conferência Internacional do Trabalho, na quinta-feira (13), o presidente enfatizou o compromisso com o direito dos trabalhadores em um cenário mundial complexo e marcado por transformações. A Coalizão é copresidida por Lula e pelo diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo. O líder brasileiro ressaltou que a iniciativa será ferramenta central para construir uma transição justa, com trabalho decente e igualdade, e para implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Na ocasião, além de se reunir com Houngbo, Lula teve encontro bilateral com a presidenta da Confederação Suíça, Viola Amherd.