Investimentos federais se conectam diretamente à mudança de patamar esportivo do Brasil
Bolsa Atleta, Lei de Incentivo ao Esporte e Lei das Loterias profissionalizaram o setor, ajudaram a garantir condições de treino e competições para esportistas e auxiliaram a transformar o país em potência olímpica e paralímpica
Há um antes e um depois na história do esporte olímpico e paralímpico brasileiros. Um divisor de águas com impacto em performance, estrutura e resultados. Desde que o setor passou a ter espaço fixo no orçamento, em leis e projetos estratégicos implementados desde a primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o setor migrou gradativamente para a lista de potências esportivas do planeta.
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O empresário não tem obrigação de olhar para um atleta que não tem medalha de ouro, mas o Estado e o seu governo têm que olhar para todos. E mais para aqueles que podem no futuro ganhar medalha de ouro se eles tiverem condições de praticar esporte”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Levando-se em conta valores investidos por meio das três grandes fontes de financiamento – Lei das Loterias, Bolsa Atleta e Lei de Incentivo ao Esporte –, o Governo Federal repassou mais de R$ 24,69 bilhões para permitir que milhares de crianças e jovens tivessem acesso à prática esportiva e que os principais destaques tivessem as melhores condições para treinar, competir e atuar.
Se a esse valor forem somados convênios federais com entidades, prefeituras e governos estaduais e municipais, são outros R$ 3,57 bilhões: uma cifra total que supera R$ 28,2 bilhões, média de R$ 1,17 bilhão por ano, sem correção monetária
LEI DAS LOTERIAS – A Lei das Loterias foi o primeiro mecanismo federal de financiamento sustentável para o esporte olímpico e paralímpico brasileiro. Efetivamente aplicada num ciclo completo a partir do primeiro mandato do presidente Lula à frente da Presidência, ela reserva um percentual de todas as apostas feitas pelos brasileiros a instituições representativas do setor esportivo. Ao todo, a Lei das Loterias já assegurou, nos últimos 24 anos, R$ 17,42 bilhões a diversas entidades representativas do esporte nacional, como o COB e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). “A Lei das loterias é responsável hoje por 80% de todos os recursos do financiamento ao esporte brasileiro”, estima Mizael Conrado, presidente do CPB, ex-atleta e campeão paralímpico no futebol de cegos.
BOLSA ATLETA – Medalha de ouro nos Jogos Rio 2016 e bicampeã mundial, a judoca Rafaela Silva, 32 anos, tem uma frase que retrata as dificuldades que superou antes de aprender a derrubar rivais no tatame: “Eu cresci numa família em que meu pai não tinha dinheiro para me dar um chinelo”. Em 2005, na primeira gestão do presidente Lula, o Governo Federal implementou o programa que se tornaria para os esportistas um marco tão importante quanto a Lei das Loterias para as instituições: o Bolsa Atleta.
No início da carreira, na nossa trajetória, quando a gente é novo, a gente ainda não tem despesas arcadas. Tem muitas famílias que não têm dinheiro para incentivar os filhos, os netos, os sobrinhos, e o Bolsa Atleta é nosso primeiro patrocinador”
Rafaela Silva, campeã olímpica e mundial de judô, integrante do Bolsa Atleta
Em seu primeiro ano, o programa concedeu 975 bolsas. Dezenove anos depois, em 2024, atingiu o recorde absoluto: 9.097 atletas contemplados, levando em conta 8.738 das categorias convencionais e 359 do Bolsa Pódio, a mais alta, que começou a ser paga a partir de 2013. Ela prevê repasses de até R$ 16 mil mensais e é voltada a atletas com mais chances de assegurar medalhas nos grandes eventos internacionais, posicionados entre os 20 melhores do ranking mundial de suas modalidades.
“O Bolsa Atleta é um incentivo que vai diretamente para o atleta. Isso faz toda a diferença na preparação. Em Paris, dos 275 atletas olímpicos, quase 90% são apoiados pelo programa. Nas Paralimpíadas, o percentual é de 98%, mostrando a importância desse investimento”, detalha o ministro do Esporte, André Fufuca.
Ao todo, o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio já asseguraram mais de R$ 1,77 bilhão em recursos diretamente aos atletas. Isso torna a iniciativa do Governo Federal um dos maiores programas de patrocínio direito do planeta. Desde sua criação, 37.595 atletas já foram beneficiados e 105 mil bolsas foram concedidas.
REAJUSTE ESPERADO – No dia 11 de julho, Lula recebeu atletas olímpicos, paralímpicos e dirigentes no Palácio do Planalto. Além de desejar boa sorte em Paris, assinou o decreto do reajuste. “Quando a gente conhece a sociedade brasileira, sabe que para muita gente R$ 3 mil, R$ 4 mil faz toda a diferença no dia a dia”, resumiu o presidente. Rafaela Silva era uma das atletas presentes. “No início da carreira, na nossa trajetória, quando a gente é novo, a gente ainda não tem despesas arcadas. Tem muitas famílias que não têm dinheiro para incentivar os filhos, os netos, os sobrinhos, e o Bolsa Atleta é nosso primeiro patrocinador”, destaca a carioca, qualificada para Paris.
ONIPRESENÇA EM PARIS – Dos 276 atletas que vão representar o país nos Jogos Olímpicos a partir desta semana, 241 integram o Bolsa Atleta: 87,6% do total.
LEI DE INCENTIVO – Em 2007, no início do segundo mandato do presidente Lula, o principal tripé de financiamento ao esporte brasileiro ficou completo quando entrou em vigor a Lei de Incentivo ao Esporte. Ela permite que recursos de renúncia fiscal sejam aplicados em projetos das diversas manifestações desportivas e paradesportivas, distribuídos por todo o território nacional. Por meio de doações e patrocínios, os projetos executados via LIE atendem crianças, adolescentes, jovens, adultos, pessoas com deficiência e idosos.
Nos últimos 17 anos, entre 2007 e 2023, a Lei de Incentivo beneficiou 8.869 projetos e destinou mais de R$ 5,49 bilhões em recursos. Desde janeiro de 2023, passou a valer uma alteração na lei que aumentou os percentuais de isenção fiscal para empresas e cidadãos que desejam incentivar os projetos esportivos. Para pessoas jurídicas, o abatimento passou de até 1% para até 2%, enquanto para as pessoas físicas, passou de até 6% para até 7%. Além disso, atletas de projetos viabilizados pela Lei de Incentivo podem receber a Bolsa Auxílio. O valor do benefício é de R$ 12 mil e pode ser acumulado com a Bolsa Atleta.